BOLETIM INFORMATIVO !!!

Incensos Ciganos
Incensos Ciganos


 

Usados de maneira correta, criam uma atmosfera no ambiente, de energia, equilíbrio e harmonia, que ajuda o ser humano a sintonizar mais facilmente com os planos superiores. Como ainda hoje acontece, em épocas passadas o incenso era usado para quatro finalidades:
1) Para Agradar aos Deuses:Acreditava-se que o cheiro agradável e aromático que o próprio homem sentia agradaria aos deuses ou à divindade. Vamos chamá-lo de função de oferenda do incenso.
2) Meio de Oração: O incenso era visto como um meio para a oração. Acreditava-se que a fumaça ascendente levaria aos deuses as petições daqueles que queimavam o incenso. Por causa de seu cheiro agradável acreditava-se que deveria ser um meio ao qual os deuses não podiam se fechar.
3) Meio de Neutralização:O incenso era queimado para mascarar ou neutralizar o mau cheiro oriundo de imolações (animais e outros materiais). Pela mesma razão também era usado nos funerais.
4) Meio de Influência Inter-Humana:O aroma e as vibrações do incenso sintonizam aquele que o queima com uma determinada finalidade ou dão um determinado estado de ânimo às diversas pessoas que se encontram no ambiente onde o incenso é queimado. O aroma e as vibrações despertam em todas as pessoas determinadas sensações e lembrança e sintonizam a psique e a mente com certos objetivos. Alguns dos incensos e suas funções astrais: MADEIRA: para abrir os caminhos
ALMISCAR: para favorecer os romances
JASMIM: para o amor
LOTUS: paz, tranqüilidade
BENJOIM: para proteção e limpeza
SANDALO: para estabelecer relação com o astral
MIRRA: incenso sagrado usado para limpar após os rituais e durante eles e também usado quando vai se desfazer alguma demanda ou feitiço.
LARANJA: para acalmar alguém ou ambiente.
Rosa Branca: Para emantação da alma, mente e do ambiente
Canela: Para atrair sorte, sendo usado com outro incenso ele ajuda que o seus desejos cheguem mais rapido.
Cravo: Ajuda no descarrego e harmonização do ambiente
Rosa Vermelha: Também é um forte aliado para deixar seus momentos intimos com seu parceiro mais quente.
Todo incenso deve ser usado com cautela nunca em demasia como fazem algumas pessoas e deve ser sempre dirigido a alguma causa. Não deve ser utilizado simplesmente por usar, por nada ou sem motivo, deve sempre ter um dono que o receba e que tenha seu nome pronunciado no momento do pedido. O incenso é um expediente sagrado e tem sido usado em rituais sagrados de toda espécie desde que o homem é homem. Mantém um poder grande de evocação espiritual e astral e não deve ser usado tão somente para perfumar ambientes ou sem causa porque sempre estaria alcançando uma egrégora qualquer com a vibração que provoca e que está quieta em seu lugar, tem o condão de atrair energia de toda espécie e dos dois planos astrais, negativo e positivo, tem força de ritual e de alimento também, tem força de rejeição ou de atração dependendo do patamar alcançado e da situação especial de quem as ascende.
Incensos Ciganos



Usados de maneira correta, criam uma atmosfera no ambiente, de energia, equilíbrio e harmonia, que ajuda o ser humano a sintonizar mais facilmente com os planos superiores. Como ainda hoje acontece, em épocas passadas o incenso era usado para quatro finalidades:
1) Para Agradar aos Deuses:Acreditava-se que o cheiro agradável e aromático que o próprio homem sentia agradaria aos deuses ou à divindade. Vamos chamá-lo de função de oferenda do incenso.
2) Meio de Oração: O incenso era visto como um meio para a oração. Acreditava-se que a fumaça ascendente levaria aos deuses as petições daqueles que queimavam o incenso. Por causa de seu cheiro agradável acreditava-se que deveria ser um meio ao qual os deuses não podiam se fechar.
3) Meio de Neutralização:O incenso era queimado para mascarar ou neutralizar o mau cheiro oriundo de imolações (animais e outros materiais). Pela mesma razão também era usado nos funerais.
4) Meio de Influência Inter-Humana:O aroma e as vibrações do incenso sintonizam aquele que o queima com uma determinada finalidade ou dão um determinado estado de ânimo às diversas pessoas que se encontram no ambiente onde o incenso é queimado. O aroma e as vibrações despertam em todas as pessoas determinadas sensações e lembrança e sintonizam a psique e a mente com certos objetivos. Alguns dos incensos e suas funções astrais: MADEIRA: para abrir os caminhos
ALMISCAR: para favorecer os romances
JASMIM: para o amor
LOTUS: paz, tranqüilidade
BENJOIM: para proteção e limpeza
SANDALO: para estabelecer relação com o astral
MIRRA: incenso sagrado usado para limpar após os rituais e durante eles e também usado quando vai se desfazer alguma demanda ou feitiço.
LARANJA: para acalmar alguém ou ambiente.
Rosa Branca: Para emantação da alma, mente e do ambiente
Canela: Para atrair sorte, sendo usado com outro incenso ele ajuda que o seus desejos cheguem mais rapido.
Cravo: Ajuda no descarrego e harmonização do ambiente
Rosa Vermelha: Também é um forte aliado para deixar seus momentos intimos com seu parceiro mais quente.
Todo incenso deve ser usado com cautela nunca em demasia como fazem algumas pessoas e deve ser sempre dirigido a alguma causa. Não deve ser utilizado simplesmente por usar, por nada ou sem motivo, deve sempre ter um dono que o receba e que tenha seu nome pronunciado no momento do pedido. O incenso é um expediente sagrado e tem sido usado em rituais sagrados de toda espécie desde que o homem é homem. Mantém um poder grande de evocação espiritual e astral e não deve ser usado tão somente para perfumar ambientes ou sem causa porque sempre estaria alcançando uma egrégora qualquer com a vibração que provoca e que está quieta em seu lugar, tem o condão de atrair energia de toda espécie e dos dois planos astrais, negativo e positivo, tem força de ritual e de alimento também, tem força de rejeição ou de atração dependendo do patamar alcançado e da situação especial de quem as ascende.

 

O Brasil é orgulhoso do grande império de suas águas. Principalmente o mar, de todas as cores, matizes e luzes é o Grande Senhor da nossa costa, que penetrando por todos os lados desse imenso país, abraça nossa terra, em enseadas, golfos e baías.
Mas apesar de sua beleza, no mar há uma força maior, uma força que impera, que reina a Senhora absoluta de todas as águas, de tudo que vive na água e possa viver. Há sim, uma força que ordena e não pede, que manda e que decide sobre o vida dos pescadores, de todos que se aventurarem a entrar em seu território e de todos aqueles que têm vistas para alcançar o verde de seu mar.
Em cada canto desses mares, nas ondas dos surfistas, nas praias, nas cabanas dos pescadores, nos altos desses montes, Ela será sempre a Grande Senhora. Ninguém pode se atrever a dizer que não é vassalo servil do grande reino de Iemanjá . Porque de fato, Iemanjá é a Rainha das águas. A tranqüilidade na superfície do mar, ou a tempestade rugindo, as ondas quebrando-se sobre as embarcações ou sobre as praias, tudo é conduzido pela sua mão suprema.
Nada se altera, nada se faz ou se transforma, sem que seja sua vontade. Iemanjá de tantos poderes, de tantos nomes e tantos filhos, sempre foi exaltada por negros e brancos e seu culto se verifica de norte a sul no Brasil.

MITOLOGIA

LENDA (Arthur Ramos)
Com o casamento de Obatalá, o Céu, com Odudua, a Terra, que se iniciam as peripécias dos deuses africanos. Dessa união nasceram Aganju, a Terra, e Iemanjá (yeye ma ajá = mãe cujos filhos são peixes), a Água. Como em outras antigas mitologias, a terra e a água se unem. Iemanjá desposa o seu irmão Aganju e tem um filho, Orungã.
Orungã, o Édipo africano, representante de um motivo universal, apaixona-se por sua mãe, que procura fugir de seus ímpetos arrebatados. Mas Orungã não pode renunciar àquela paixão insopitável. Aproveita-se, certo dia, da ausência de Aganju, o pai, e decide-se a violentar Iemanjá . Essa foge e põe-se a correr, perseguida por Orungã. Ia esse quase alcançá-la quando Iemanjá cai no chão, de costas e morre. Imediatamente seu corpo começa a dilatar-se. Dos enormes seios brotaram duas correntes de água que se reúnem mais adiante até formar um grande lago. E do ventre desmesurado, que se rompe, nascem os seguintes deuses: Dadá, deus dos vegetais; Xango, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do mar; Oloxá, deusa dos lagos; Oiá, deusa do rio Niger; Oxum, deusa do rio Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Orixá Okô, deusa da agricultura; Oxóssi, deus dos caçadores; Oké, deus dos montes; Ajê Xaluga, deus da riqueza; Xapanã (Shankpannã), deus da varíola; Orum, o Sol; Oxu, a Lua.
Os orixás que sobreviveram no Brasil foram: Obatalá (Oxalá), Iemanjá (por extensão, outras deusas-mães) e Xango (por extensão, os outros orixás fálicos).
Com Iemanjá , vieram mais dois orixás yorubanos, Oxum e Anamburucu (Nanamburucu). Em nosso país houve uma forte confluência mítica: com as Deusas-Mães, sereias do paganismo supérstite europeu, as Nossas Senhoras católicas, as iaras ameríndias.
A Lenda tem um simbolismo muito significativo, contando-nos que da reunião de Obatalá e Odudua (fundaram o Aiê, o “mundo em forma”), surgiu uma poderosa energia, ligada desde o princípio ao elemento líquido. Esse Poder ficou conhecido pelo nome de Iemanjá
Durante os milhões de anos que se seguiram, antigas e novas divindades foram unindo-se à famosa Orixá das águas, como foi o caso de Omolu, que era filho de Nanã, mas foi criado por Iemanjá .
Antes disso, Iemanjá dedicava-se à criação de peixes e ornamentos aquáticos, vivendo em um rio que levava seu nome e banhava as terras da nação de Egbá.
Quando convocada pelos soberanos, Iemanjá foi até o rio Ogun e de lá partiu para o centro de Aiê para receber seu emblema de autoridade: o abebé (leque prateado em forma de peixe com o cabo a partir da cauda), uma insígnia real que lhe conferiu amplo poder de atuar sobre todos os rios, mares, e oceanos e também dos leitos onde as massas de águas se assentam e se acomodam.
Obatalá e Odudua, seus pais, estavam presentes no cerimonial e orgulhosos pela força e vigor da filha, ofereceram para a nova Majestade das Águas, uma jóia de significativo valor: a Lua, um corpo celeste de existência solitária que buscava companhia. Agradecida aos pais, Iemanjá nunca mais retirou de seu dedo mínimo o mágico e resplandecente adorno de quatro faces. A Lua, por sua vez, adorou a companhia real, mas continuou seu caminho, ora crescente, ora minguante…, mas sempre cheia de amor para ofertar.
A bondosa mãe Iemanjá , adorava dar presentes e ofereceu para Oiá o rio Níger com sua embocadura de nove vertentes; para Oxum, dona das minas de ouro, deu o rio Oxum; para Ogum o direito de fazer encantamentos em todas as praias, rios e lagos, apelidando-o de Ogum-Beira-mar, Ogum-Sete-ondas entre outros.
Muitos foram os lagos e rios presenteados pela mãe Iemanjá a seus filhos, mas quanto mais ofertava, mais recebia de volta. Aqui se subtrai o ensinamento de que “é dando que se recebe”.

IEMANJÁ ABRASILEIRADA

Iemanjá , a Rainha do Mar e Mãe de quase todos os Orixás, é uma Deusa abrasileirada, sendo resultado da miscigenação de elementos europeus, ameríndios e africanos.
É um mito de poder aglutinador, reforçado pelos cultos de que é objeto no candomblé, principalmente na Bahia. É também considerada a Rainha das Bruxas e de tudo que vem do mar, assim como é protetora dos pescadores e marinheiros. Governa os poderes de regeneração e pode ser comparada à Deusa Ísis.
Os grandes seios ostentados por Iemanjá , deve-se à sua origem pela linha africana, aliás, ela já chegou ao Brasil como resultado da fusão de Kianda angolense (Deusa do Mar) e Iemanjá (Deusa dos Rios). Os cabelos longos e lisos prendem-se à sua linhagem ameríndia e é em homenagem à Iara dos tupis.
De acordo com cada região que a cultua recebe diversos nomes: Sereia do Mar, Princesa do Mar, Rainha do Mar, Inaê, Mucunã, Janaína. Sua identificação na liturgia católica é: Nossa Senhora de Candeias, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Piedade e Virgem Maria.
Do mesmo modo que varia seu nome, variam também suas formas de culto. A sua festa na Bahia, por exemplo é realizada no dia 2 de fevereiro, dia de Nossa Senhora das Candeias. Mas já no Rio de Janeiro é dia 31 de dezembro que se realiza suas festividades. As oferendas também diferem, mais a maioria delas consiste em pequenos presentes tais como: pentes, velas, sabonetes, espelhos, flores, etc. Na celebração do Solstício de Verão, seus filhos devotos vão às praias vestidos de branco e entregam ao mar barcos carregados de flores e presentes. Às vezes ela aceita as oferendas, mas algumas vezes manda-as de volta. Ela leva consigo para o fundo do mar todos os nossos problemas, aflições e nos trás sobre as ondas a esperança de um futuro melhor.

COMO É IEMANJÁ ?

Iemanjá apresenta-se logo com um tipo inconfundível de beleza. No seu reinado, o fascínio de sua beleza é tão grande como o seu poder. Ora é de um encanto infinito, de longos cabelos negros, de faces delicadas, olhos, nariz e boca jamais vistos, toda ela graça e beleza de mulher.
Outras vezes, Iemanjá continua bela, mas pode apresentar-se como a Iara, metade mulher, metade peixe, as sereias dos candomblés do caboclo. Como um orixá marítimo, ela é a mais prestigiosa entidade feminina dos candomblés da Bahia, recebe rituais de oferendas e grandes festas lhe são dedicadas, indo embarcações até o alto-mar para lhe atirar mimos e presentes. Protetoras das viagens e dos marinheiros, obteve o processo sincrético, passando a ser a Afrodite brasileira, padroeira dos amores, dispondo sobre uniões, casamentos e soluções amorosas. Quem vive no mar ou depende de amores é devoto de Iemanjá . Convergem para ela orações e súplicas no estilo e ritmos católicos.
Mas o que importa seus nomes, suas formas e aparência, se nada modifica a força de seu império, senão altera a grandeza do seu reinado?
Queixas são contadas a Iemanjá , esperanças dela provêm, planos e projetos de amor, de negócios, de vingança, podem ser executados caso ela venha a dar seu assentimento.
Grande foi o número de ondas que se quebrou na praia, mas maior ainda, foi o caminho percorrido pelo mito da divindade das águas. Das Sereias do Mediterrâneo, que tentaram seduzir Ulisses, às Mouras portuguesas, à Mãe D’água dos iorubanos, ao nosso primitivo Igpupiara, às Iaras, ao Boto, até Iemanjá . E, neste longo caminhar, a própria personalidade desta Deusa, ligada anteriormente à morte, apresenta-se agora como protetora dos pescadores e garantidora de boa pesca, sempre evoluindo para transformar-se na deusa propiciadora de bom Ano Novo para os brasileiros e para todos que nesta terra de Sol e Mar habitam.
DEUSA LUNAR DA MUDANÇA
A Deusa Iemanjá rege a mudança rítmica de toda a vida por estar ligada diretamente ao elemento água. É Iemanjá que preside todos os rituais do nascimento e à volta as origens, que é a morte. Está ainda ligada ao movimento que caracteriza as mudanças, à expansão e o desenvolvimento.
É ela, como a Deusa Ártemis o arquétipo responsável pela identificação que as mulheres experimentam de si mesmas e que as definem individualmente.
Iemanjá quando dança, corta o ar com uma espada na mão. Esse corte é um ato psíquico que conduz a individualização, pois Iemanjá separa o que deve ser separado, deixando somente o que é necessário para que se apresente a individualidade.
Sua espada, portanto, é um símbolo de poder cortante que permite a discriminação ordenativa, mas que também pode levar ao seu abraço de sereia, à regressão e à morte.
Em sua dança, Iemanjá coloca a mão na cabeça, um ato indicativo de sua individualidade e por isso, é chamada de”Yá Ori”, ou “Mãe de Cabeça”. Depois ela toca a nuca com a mão esquerda e a testa com a mão direita. A nuca é símbolo do passado dos homens, ao inconsciente de onde todos nós viemos. Já a testa, está ligada ao futuro, ao consciente e a individualidade.
A dança de Iemanjá pode ser percebida como uma representação mítica da origem da humanidade, do seu passado, do seu futuro e sua individualização consciente. É essa união antagônica que nos dá o direito de vivermos o “aqui” e o “agora”, pois sem “passado”, não temos o “presente” e sem a continuidade do presente, não teremos “futuro”. Sugere ainda, que a totalidade está na união dos opostos do consciente com o inconsciente e dos aspectos masculinos com os femininos.
Como Deusa Lunar, Iemanjá tem como principal característica a “mudança”. Ela nos ensina, que para toda a mulher, o caráter cíclico da vida é a coisa mais natural, embora seja incompreendido pelo sexo masculino.
A natureza da mulher é impessoal e inerente a ela como um ser feminino e altera-se com os ciclos da lua: fase crescente, cheia, meia-fase até a lua obscura. Essas mudanças não só se refletem nas marés, mas também no ciclo mensal das mulheres, produzindo um ritmo complexo e difícil de entender. A vida física e psíquica de toda a mulher é afetada pela revolução da lua e a compreensão desse fenômeno nos propicia o conhecimento de nossa real natureza instintiva. Em poder desse conhecimento, podemos domesticar com o esforço consciente as inclinações cíclicas que operam-se a nível inconsciente e nos tornarmos não tão dependentes desses aspectos escondidos de nossa natureza semelhante aos da lua.
ARQUÉTIPO DA MATERNIDADE
Iemanjá é por excelência, arquétipo da maternidade. Casada com Oxalá, gerou quase todos os outros orixás. É tão generosa quanto as águas que representa e cobrem uma boa parte do planeta.
Iemanjá é o útero de toda a vida, elevada à posição principal da figura materna no panteão de iorubá (Ymoja). Seu sincretismo com a Nossa Senhora e a Virgem Maria lhe conferem a supremacia hierárquica na função materna que representa. É a Deusa da compaixão, do perdão e do amor incondicional. Ela é “toda ouvidos” para escutar seus filhos e os acalenta no doce balanço de suas ondas. Ela representa as profundezas do inconsciente, o movimento rítmico, tudo que é cíclico e repetitivo. A força e a determinação são suas características básicas, assim como o seu gratuito sentimento de amizade.
Como Deusa da fecundidade, da procriação, da fertilidade e do amor, Iemanjá é normalmente representada como uma mulher gorda, baixa, com proeminentes seios e grande ventre. Pode, também como já falamos, aparecer na forma de uma sereia. Mas, não importando suas características, ela sempre se apresentará vinculada ao simbolismo da maternidade.
Iemanjá surge nas espumas das ondas do mar para nos dizer que é tempo de “entrega”. Você está carregando em seus ombros um fardo mais pesado do que possa carregar? Acha que deve realizar tudo sozinha(o) e não precisa de ninguém? Você é daquelas pessoas que “esmurra ponta de prego” e quer conseguir seu intento nem que tenha que usar à força? Pois saiba que a entrega não significa derrota. Pedir ajuda também não é humilhação, a vida tem mais significado quando compartilhamos nossos momentos com mais alguém. Geralmente esta entrega ocorre em nossas vidas forçosamente. Se dá naqueles momentos em que nos encontramos no “fundo do poço”, sem mais alternativas de saída, então nos viramos e entregamos “à Deus” a solução. E, é exatamente nesta hora que encontramos respostas, que de maneira geral, eram mais simples do que imaginávamos. A totalidade é alimentada quando você compreende que o único modo de passar por algumas situações é entrega-se e abrir-se para algo maior.
Quando abrimos uma brecha em nosso coração e deixamos que a Deusa atue em nós, alcançamos o que almejamos. Entrega é confiança, mas tente pelo menos uma vez entregar-se, pois lhe asseguro que a confiança virá e será tão cega e profunda quando a sua desconfiança de agora. O seu desconhecimento destes valores, escondem a presença de quem pode lhe ajudar e provocam sentimentos de ausência e distância. Não somos deuses, mas não devemos nos permitir viver à sombra deles.
RITUAL DE ENTREGA (só mulheres)
Você deve fazer este ritual numa praia, em água corrente e até visualizando um destes ambientes. Primeiro mentalmente viaje até seu útero, no momento do encontro se concentre. Respire profundamente e leve novamente sua consciência para o útero. Agora respire pela vulva. Quando se achar pronta, com o mar a sua frente, entre nele. Sinta a água acariciando seus pés, ouça o barulho das ondas no seu eterno vai-e-vem. Chame então a Iemanjá para que venha encontrá-la. Escolha um lugar onde você puder boiar tranqüilamente e com segurança. Sinta as mãos da Iemanjá acercando-se de você.
Abandone-se em seu abraço, ela é mãe muito amorosa e espetacular ouvinte. Renda-se aos seus carinhos e entregue-se sem medo de ser feliz. Você está precisando revigorar sua vida amorosa, procura um emprego ou um novo amor?
Faça seus pedidos e também lhe fale de todas suas angústias e aflições. Deixe que Iemanjá alivie os fardos que carrega. Ela carregará consigo para o fundo do mar todos os seus problemas e lhe trará sobre as ondas a certeza de dias melhores, portanto abandone-se à imensidão do mar e do seu amor.
Quando estiver pronta para voltar, agradeça a Iemanjá por estes doces momentos passados com ela. Então estará livre para voltar à praia, sentindo-se mais leve, viva e purificada.

Iansã, deusa da espada de fogo, Dona das paixões, Iansã é a Rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões, vendavais. Orixá do fogo, guerreira e poderosa. Mãe dos eguns, guia dos espíritos desencarnados, Senhora dos cemitérios.
Não é muito difícil depararmo-nos com a força da Natureza denominada Iansã (ou Oyá). Convivemos com ela, diariamente.
Iansã é o vento, a brisa que alivia o calor. Iansã é também o calor, a quentura, o abafamento. É o tremular dos panos, das árvores, dos cabelos. É a lava vulcânica destruidora. Ela é o fogo, o incêndio, a devastação pelas chamas.
Oyá é o raio, a beleza deste fenômeno natural. É o seu poder. É a eletricidade. Iansã está presente no ato simples de acendermos uma lâmpada ou uma vela. Ela é o choque elétrico, a energia que gera o funcionamento de rádios, televisões, máquinas e outros aparelhos. Iansã é a energia viva, pulsante, vibrante.
Sentimos Iansã nos ventos fortes, nos deslocamentos dos objetos sem vida. Orixá da provocação e do ciúme.
Iansã também é a paixão. Paixão violenta, que corrói, que cria sentimentos de loucura, que cria desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax, o orgasmo do homem e da mulher. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase “estou apaixonado” tem a presença e a regência de Iansã, que é o Orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúmes doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão, propriamente dita.

Iansã é a disputa pelo ser amado. É a falta de medo das conseqüências de um ato impensado, no campo amoroso. É até mesmo a vontade de trair, de amar livremente. Iansã rege o amor forte, violento.

Oyá é também a senhora dos espíritos dos mortos, dos eguns, como se diz no Candomblé. É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma.

Iansã é a deusa dos cemitérios. Ela é a regente, juntamente com Omulu (ou Obaluaê), dos Campos Santos, pois comanda a falange dos eguns. Comanda também a falange dos Boiadeiros, encantados que são cultuados nas casas de Nação de Angola. Ela é sua rainha.

Como deus dos mortos, Iansã carrega consigo o eruxin, feito com rabo de cavalo, para impor respeito aos eguns, bem como a espada flamejante, que faz dela a guerreira do fogo.

É, sem dúvida, o Orixá mais popular e a mais querida no Candomblé.


Oráculo Cigano
Buena-dicha
(A boa sorte)
"As Cartas não Mentem Jamais...”.
...Quando manipuladas pelas mãos de uma cigana experiente, intuitiva e consciente de suas responsabilidades diante de um oráculo tão poderoso!

As Cartas Ciganas são um instrumento de orientação usado pelo povo cigano, respeitado por todas as gerações e seu ensinamento é transmitido oralmente, de mãe para filha.

Aos 7 anos de idade, a cigana é preparada com um ritual específico e sigiloso, no qual se utilizam velas coloridas, aromas, flores, vinhos e alguns outros elementos da natureza.
Talismãs também são confeccionados dependendo da energia da ciganinha aprendiz. Quando a cigana nasce, é preciso descobrir qual o elemento da natureza que a requisita. Se é, a água, a terra, o fogo ou o ar. A ciganinha recebe então, seu primeiro baralho, seu “diklô” (lenço) de jogo, sua taça de cristal, seu punhal e suas moedas de ouro.

Inicia-se assim seu destino lendo a “buena-dicha” (boa sorte), primeiro para a “kumpania” cigana, principalmente nas grandes decisões, para que assim ela possa sentir segurança em seu dom, e quando completa 13 anos recebe permissão para ler a sorte para os “gadjós”.Aos 14 anos, é feito o ritual de firmeza...E a confirmação aos 21.

A ciganinha aprende que a regra básica para ler as cartas com êxito é examinar, antes de qualquer coisa, o conjunto de cartas e que uma boa cartomante nunca deve se precipitar nas adivinhações, nem se deixar influenciar por uma só carta. 
Aprende também, que o importante é fazer uma relação entre o conjunto de todas elas. Ler a sorte nas cartas é uma arte!

Quando a cigana se casa, além do dever de ser uma ótima dona de casa, esposa e mãe, ela necessariamente deve ser uma excelente cartomante. É uma das qualidades para ser uma boa “Bori” (nora).

Os ciganos (homens) não jogam! Porque somente as mulheres têm no ventre o coração e na cabeça algo que os homens não têm. A maternidade aguça a intuição.

Os ciganos (homens) respeitam os avisos das Cartas Ciganas (Lilá Romai) e não realizam negócios e mudanças de acampamento sem antes consultá-las, mas não jogam!

Apenas as ciganas têm o poder da vidência, da Quiromancia, Cartomancia e Jogo de Moedas. Para os ciganos é impossível não dar atenção aos conselhos e orientações da “Lilá Romai”, pois sabem que "As cartas não mentem jamais...”.

Entre as várias obrigações dos ciganos (homens), eles têm a função de fabricar caldeirões de cobre, vender cavalos, carros, ou exercer atividades que possam ser rentáveis e criativas, como a música, a dança, os espetáculos de circo e a poesia. E nada disso é realizado sem o auxílio deste poderoso Oráculo.

O verdadeiro Oráculo Cigano, não faz das Cartas somente um oráculo, mas um meio de ajudar o próximo. Mantém a fé e a esperança no coração de todos e respeita todas as religiões.


Os Mandamentos da Cartomante
A verdadeira cartomante jamais fará de suas cartas um instrumento de brincadeira e tem o dever de mostrar ao consulente os caminhos indicados pelo jogo, mas permite que ele faça a sua própria escolha.

“Romli Bartalí” (Cigana da Sorte) deve ter a humildade de agradecer aos dons divinos, conscientes de que somos apenas um instrumento de paz.

Deve manter-se fiel ao jogo e nunca dizer o que o consulente apenas deseja ouvir. Não podemos mentir, mas devemos sempre incentivar o consulente, mostrando que todos os problemas têm solução. Não podemos ser preconceituosos em qualquer questão. O verdadeiro significado da “Lilá Romaí” é prevenir.

Deve manter segredo de todas as suas consultas, respeitando seu consulente, sem comentar sobre sua vida a quem quer que seja.
E acima de tudo, ser fiel consigo mesmo, sempre respeitando sua espiritualidade e consciente de que está sob a Cúpula Energética do Povo Cigano.

Lembre-se que todo “Dom” que recebemos poderá nos ser negado. A lealdade e a discrição da cartomante não é um dever, é uma obrigação.

Somente as mulheres mais velhas de uma família lêem as cartas, as mais novas lêem as mãos, apenas às mulheres mais experientes podem olhar as cartas e ver o que “Ananke” (destino) reserva as pessoas.
MUITA LUZ NO CAMINHO DE VOCÊS!



MEDIUNIDADE- Qual você se identifica ?


Segunda a espiritualidade, a mediunidade é um programa de resgate a espíritos que antes da encarnação, recebem a missão de auto-resgate e regeneração de faltas passadas.


Vê-se logo que para um médiu
m é grave não tratar seu dom com o devido cuidado. Exercê-lo como forma de divertimento, ou a título de curiosidade.

Todo o médium está programado para prestar serviços, sob a direção de um corpo de espíritos superiores, prestar serviços, auxiliar espíritos perturbados, reajustar desequilibrados, acalentar os aflitos, angustiados e propagar conhecimentos redentores.
O exercício da Mediunidade, exige desprendimento e sentimento social.

Todo o médium deve ter consciência que é um missionário para fazer o bem para os outros e não para si mesmo. Seus dons não são oriundos do seu desenvolvimento mas, para resgatar seus débitos (deformações energéticas do corpo causal).

Um médium deve lutar para aperfeiçoar seus conhecimentos internos, sabendo e reconhecendo seu estado real. No contentamente de carregar um fardo, uma missão e encará-la como uma dádiva, já que estará aliviando o Carma (causa e efeito), mesmo sacrificando sua vida pessoal porém passageira aqui no plano físico.

Raramente uma mediunidade desenvolve-se espontaneamente e sem tropeços. Na grande maioria dos casos ela começa com perturbações nervosas e mentais, próprias do estado inferior do encarnado e servem como advertência.

Um médium atrai espíritos pela sua sintonia energética, geralmente são espíritos perturbados, sofredores. Por isso a necessidade de se desenvolver e desembaraçar-se deles por meio da evangelização..

Evolução para o Terceiro Milênio - Carlos Toledo Rizzini



Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos.
03.2.1 - ESPÉCIES DE MÉDIUNS:

Os médiuns podem ser conscientes (facultativos, voluntários) ou inconscientes(involuntários).


Podem dividir-se os médiuns em duas grandes categorias:

Médiuns de efeitos físicos: os que têm o poder de provocar efeitos materiais, ou manifestações ostensivas.

Médiuns de efeitos intelectuais: os que são mais aptos a receber e a transmitir comunicações inteligentes.

Espécies comuns a todos os gêneros de mediunidade:

03.2.1.1 - Médiuns sensitivos: pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos, por uma impressão geral ou local, vaga ou material. A maioria dessas pessoas distingue os Espíritos bons dos maus, pela natureza da impressão.
"Os médiuns delicados e muito sensitivos devem abster-se das comunicações com os Espíritos violentos, ou cuja impressão é penosa, por causa da fadiga que daí
resulta."

03.2.1.2 - Médiuns naturais ou inconscientes (Involuntários): os que produzem espontaneamente os fenômenos, sem intervenção da própria vontade e, as mais das vezes, à sua revelia. São os que exercem sua influência sem querer de forma involuntária, freqüentemente em adolescentes e crianças pequenas.

03.2.1.3 - Médiuns Facultativos ou Conscientes (voluntários): Tem consciência do seu poder e produzem efeitos espíritos pela própria ação da vontade. Os que têm o poder de provocar os fenômenos por ato consciente. Porém "Qualquer que seja essa vontade, eles nada podem, se os Espíritos se recusam, o que prova a intervenção de uma força estranha." - Não se manifesta a todos com o mesmo grau, mas são raros os médiuns com esse poder.

Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra
bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva.

03.2.1.4 -Médiuns sensitivos, ou impressionáveis:
Chamam-se assim às pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos por uma impressão vaga, por uma espécie de leve roçadura sobre todos os seus membros, sensação que elas não podem explicar. Esta variedade não apresenta caráter bem definido. Todos os médiuns são necessariamente impressionáveis, sendo assim a impressionabilidade mais uma qualidade geral do que especial. É a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras. Difere da impressionabilidade puramente física e nervosa, com a qual preciso é não seja confundida, porquanto, pessoas há que não têm nervos delicados e que sentem mais ou menos o efeito da presença dos Espíritos, do mesmo modo que outras, muito irritáveis, absolutamente não os pressentem.

03.2.1.5 - Médiuns falantes:
Os médiuns audientes, que apenas transmitem o que ouvem, não são, a bem dizer, médiuns falantes. Estes últimos, as mais das vezes, nada ouvem. Neles, o Espírito atua sobre os órgãos da palavra, como atua sobre a mão dos médiuns escreventes.

Querendo comunicar-se, o Espírito se serve do órgão que se lhe depara mais flexível no médium. A um, toma da mão; a outro, da palavra; a um terceiro, do ouvido. O médium falante geralmente se exprime sem ter consciência do que diz e muitas vezes diz coisas completamente estranhas às suas idéias habituais, aos seus conhecimentos e, até, fora do alcance de sua inteligência. Embora se ache perfeitamente acordado e em estado normal, raramente guarda lembrança do que diz. Em suma, nele, a palavra é um instrumento de que se serve o Espírito, com o qual uma terceira pessoa pode comunicar-se, como pode com o auxilio de um médium audiente.

Nem sempre, porém, é tão completa a passividade do médium falante. Alguns há que têm a intuição do que dizem, no momento mesmo em que pronunciam as palavras.
Voltaremos a ocupar-nos com esta espécie de médiuns, quando tratarmos dos médiuns intuitivos.

03.2.1.6 - Médiuns videntes:
167. Os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Alguns gozam dessa faculdade em estado normal, quando perfeitamente acordados, e conservam lembrança precisa do que viram. Outros só a possuem em estado sonambúlico, ou próximo do sonambulismo. Raro é que esta faculdade se mostre permanente; quase sempre é efeito de uma crise passageira. Na categoria dos médiuns videntes se podem incluir todas as pessoas dotadas de dupla vista. A possibilidade de ver em sonho os Espíritos resulta, sem contestação, de uma espécie de mediunidade, mas não constitui, propriamente falando, o que se chama médium vidente. Explicamos esse fenômeno em o capítulo VI - Das manifestações visuais.
O médium vidente julga ver com os olhos, como os que são dotados de dupla vista; mas, na realidade, é a alma quem vê e por isso é que eles tanto vêem com os olhos fechados, como com os olhos abertos; donde se conclui que um cego pode ver os Espíritos, do mesmo modo que qualquer outro que tem perfeita a vista. Sobre este último ponto caberia fazer-se interessante estudo, o de saber se a faculdade de que tratamos é mais freqüente nos cegos. Espíritos que na Terra foram cegos nos disseram que, quando vivos, tinham, pela alma, a percepção de certos objetos e que não se encontravam imersos em negra escuridão.
168. Cumpre distinguir as aparições acidentais e espontâneas da faculdade propriamente dita de ver os Espíritos. As primeiras são freqüentes, sobretudo no momento da morte das pessoas que aquele que vê amou ou conheceu e que o vêm prevenir de que já não são deste mundo. Há inúmeros exemplos de fatos deste gênero, sem falar das visões durante o sono. Doutras vezes, são, do mesmo modo, parentes, ou amigos que, conquanto mortos há mais ou menos tempo, aparecem, ou para avisar de um perigo, ou para dar um conselho, ou, ainda, para pedir um serviço.

03.2.1.7 - Médiuns sonambúlicos:
172. Pode considerar-se o sonambulismo uma variedade da faculdade mediúnica, ou, melhor, são duas ordens de fenômenos que freqüentemente se acham reunidos. O sonâmbulo age sob a influência do seu próprio Espírito; é sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos sentidos. O que ele externa tira-o de si mesmo; suas idéias são, em geral, mais justas do que no estado normal, seus conhecimentos mais dilatados, porque tem livre a alma. Numa palavra, ele vive antecipadamente a vida dos Espíritos. O médium, ao contrário, é instrumento de uma inteligência estranha; é passivo e o que diz não vem de si Em resumo, o sonâmbulo exprime o seu próprio pensamento, enquanto que o médium exprime o de outrem. Mas, o Espírito que se comunica com um médium comum também o pode fazer com um sonâmbulo; dá-se mesmo que, muitas vezes, o estado de emancipação da alma facilita essa comunicação. Muitos sonâmbulos vêem perfeitamente os Espíritos e os descrevem com tanta precisão, como os médiuns videntes. Podem confabular com eles e transmitirmos seus pensamentos. O que dizem, fora do âmbito de seus conhecimentos pessoais, lhes é com freqüência sugerido por outros Espíritos. Aqui está um exemplo notável, em que a dupla ação do Espírito do sonâmbulo e de outro Espírito se revela e de modo inequívoco.

A lucidez sonambúlica é uma faculdade que se radica no organismo e que independe, em absoluto, da elevação, do adiantamento e mesmo do estado moral do indivíduo. Pode, pois, um sonâmbulo ser muito lúcido e ao mesmo tempo incapaz de resolver certas questões, desde que seu Espírito seja pouco adiantado. O que fala por si próprio pode, portanto, dizer coisas boas ou más, exatas ou falsas, demonstrar mais ou menos delicadeza e escrúpulo nos processos de que use, conforme o grau de elevação, ou de inferioridade do seu próprio Espírito. A assistência então de outro Espírito pode suprir-lhe as deficiências. Mas, um sonâmbulo, tanto como os médiuns, pode ser assistido por um Espírito mentiroso, leviano, ou mesmo mau. AI, sobretudo, é que as qualidades morais exercem grande influência, para atraírem os bons Espíritos. (Veja-se: O Livro dos Espíritos, "Sonambulismo", n. 425, e, aqui, adiante, o capítulo sobre a "Influência moral do médium".)

03.2.1.8 - Médiuns curadores:
175. Unicamente para não deixar de mencioná-la, falaremos aqui desta espécie de médiuns, porquanto o assunto exigiria desenvolvimento excessivo para os limites em que precisamos ater-nos. Sabemos, ao demais, que um de nossos amigos, médico, se propõe a tratá-lo em obra especial sobre a medicina intuitiva. Diremos apenas que este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo.
Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel; porém, quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa. A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico; no caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso.
Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo. A intervenção de uma potência oculta, que é o que constitui a mediunidade, se faz manifesta, em certas circunstâncias, sobretudo se considerarmos que a maioria das pessoas que podem, com razão, ser qualificadas de médiuns curadores recorre à prece, que é uma verdadeira
evocação. (Veja-se atrás o n. 131.)

03.2.1.9 - Médiuns pneumatógrafos:
177. Dá-se este nome aos médiuns que têm aptidão para obter a escrita direta, o que não é possível a todos os médiuns escreventes. Esta faculdade, até agora, se mostra muito rara. Desenvolve-se, provavelmente, pelo exercício; mas, como dissemos, sua utilidade prática se limita a uma comprovação patente da intervenção de uma força oculta nas manifestações. Só a experiência é capaz de dar a ver a qualquer pessoa se a possui Pode-se, portanto, experimentar, como também se pode inquirir a respeito um Espírito protetor, pelos outros meios de comunicação. Conforme seja maior ou menor o poder do médium, obtêm-se simples traços, sinais, letras, palavras, frases e mesmo páginas inteiras. Basta de ordinário colocar uma folha de papel dobrada num lugar qualquer, ou indicado pelo Espírito, durante dez minutos, ou um quarto de hora, às vezes mais. A prece e o recolhimento são condições essenciais; é por isso que se pode considerar impossível a obtenção de coisa alguma, numa reunião de pessoas pouco sérias, ou não animadas de sentimentos de simpatia e benevolência.

03.2.1.10 - Pessoas elétricas:
Nesta categoria parece, à primeira vista, se deviam incluir as pessoas dotadas de certa dose de eletricidade natural, verdadeiros torpedos (*) humanos, a produzirem, por simples contacto, todos os efeitos de atração e repulsão. Errado, porém, fora considerá-las médiuns, porquanto a mediunidade supõe a intervenção direta de um Espírito. Ora, no caso de que falamos, concludentes experiências hão provado que a eletricidade é o agente único desses fenômenos. Esta estranha faculdade, que quase se poderia considerar uma enfermidade, pode às vezes estar aliada à mediunidade, como é fácil de verificar-se na história do Espírito batedor de Bergzabern. Porém, as mais das vezes, de todo independe de qualquer faculdade mediúnica. Conforme já dissemos, a única prova da intervenção dos Espíritos é o caráter inteligente das manifestações. Desde que este caráter não exista, fundamento há para serem atribuídas a causas puramente físicas. A questão é saber se as pessoas elétricas estarão ou não mais aptas, do que quaisquer outras, a tornar-se médiuns de efeitos físicos. Cremos que sim, mas só a experiência poderia demonstrá-lo.

Allan Kardec

 
QUERIDOS MORTOS
O morto de que venho falar é Lázaro de Betânia, irmão de Marta e de Maria, amigos muito próximos de Jesus de Nazaré. Dele se diz que morreu duas vezes, razão pela qual, mais do que qualquer outro, mereceria figurar neste lugar. Parece-me, porém, que a história é outra, maior razão ainda lhe dando, contudo, para aqui estar.
A história é conhecida de todos. Estando Lázaro gravemente doente, suas irmãs, Marta e Maria, mandaram dizer a Jesus: «Senhor, aquele que tu amas está enfermo.» Jesus, porém, ouvindo-o, disse: «A sua doença não é de morte, mas é para glória do Senhor.» E ficou ainda dois dias no lugar onde se encontrava, até que, por fim, foi ter com eles.
Os seus discípulos desaconselharam-no de fazer essa viagem, pois que ainda uns dias antes os judeus o tinham tentado apedrejar. Mas Jesus respondeu-lhes que nada deve temer aquele que percorre os caminhos que o seu pai, que está no céu, lhe mostra com a sua luz. E acrescentou: «Lázaro está morto. Mas nós vamos ter com ele.» E os discípulos puseram-se também a caminho, dizendo: «Vamos nós também, para morrermos com Jesus.»
Quando chegaram a Betânia, Lázaro estava já sepultado há quatro dias. Marta, ouvindo dizer que Jesus se aproximava, saiu a correr ao seu encontro e disse-lhe: «Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido! Mas também sei que, ainda agora, tudo quanto pedires a Deus te será concedido.» Jesus replicou-lhe: «Marta, teu irmão há-de ressuscitar.» Marta respondeu: «Eu sei que ele há-de ressuscitar na ressurreição do último dia.»
Disse-lhe então Jesus: «Eu sou a ressurreição e a vida: quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês tu nisto?» Marta, respondeu-lhe que sim e partiu para junto de Maria, dizendo-lhe que Jesus a chamara. Esta, levantando-se, foi apressadamente ter com ele, lançando-se aos seus pés e dizendo: «Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.»
Jesus, vendo Maria e os judeus que vinham com ela a chorar, comoveu-se profundamente e perturbou-se. Depois perguntou-lhe: «Onde o puseste?» E ao chegar junto do sepulcro onde Lázaro se encontrava, chorou também, de tal maneira que muitos judeus exclamaram: «Vede como o amava!»
Intimamente comovido, mandou então retirar a pedra que impedia o acesso ao sepulcro. Mas Marta disse-lhe: «Senhor, já cheira mal, pois já tem quase quatro dias.» Jesus respondeu-lhe: «Não te disse que, se cresses, verias a glória de Deus?» Retiraram, pois, a pedra, e Jesus, levantando os olhos ao céu, disse: «Pai, graças te dou por me teres ouvido.» E então bradou em alta voz: «Lázaro: sai cá para fora.» E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas e o rosto envolto num sudário. E disse Jesus: «Desligai-o e deixai-o ir.»
O melhor seria, talvez, deixar a história por aqui, pois que ela é suficientemente forte e bela para, mesmo vertida neste meu pequeno resumo, se manter perfeita. Perdoai-me, portanto, que aqui repare apenas num ou dois dos seus aspectos, esperando não a adulterar.
A verdade é que, como diz São Paulo, a fé dos homens é terrível, pois que a medida da sua esperança implica sempre a possibilidade de uma igual desgraça. Lázaro, nesse sentido, pode bem considerar-se como o mais desgraçado dos homens, pois que, de acordo com uma certa literalidade da história, que faremos bem em ter em conta, certamente morreu duas vezes. Contudo, em nenhum lado da Bíblia ouvimos falar da segunda morte de Lázaro, de tal maneira que me atrevo a dizer que o foco desta história é outro, nomeadamente o da sua segunda vida.
A vida humana, na verdade, apresenta-se-nos, em primeiro lugar, imperfeita e incompleta. A nossa existência acontece, de facto, numa vida misturada de morte: todos somos, tal como Lázaro, seres enfermos. Dir-me-ão que assim é com todos os seres que conhecemos. É bem verdade. Mas nós temos, para além deles, a consciência dessa imperfeição, a que corresponde, também em nós, o desejo da perfeição.
A nossa origem visível e material não esgota, com efeito, a sede que trazemos em nós. A experiência do amor, pelo contrário, convoca-nos para a origem íntima e inesgotável de um Deus que nos ama. E Deus mostra-se-nos perfeitamente no amor, o qual é uma vida sem morte: eis o maior mistério que, nesta vida, nos é dado experimentar. A ressurreição, de facto, não acontece no último dia, mas agora. O amor é sempre presença; o amor é sempre presente.
Seres enfermos, tal como Lázaro, vivemos, através da fé, a experiência radical de uma escolha existencial entre uma vida sem morte e uma morte sem vida. Quantas vezes, nas nossas vidas, fomos trazidos do desânimo para a força, do desespero para a coragem, da tristeza para a alegria? E em todas essas vezes não foram as nossas mãos e os nossos pés desatados, tal como a Lázaro, a quem Jesus disse: «Desligai-o e deixai-o ir»?
Escolhendo o amor, com efeito, escolhemos a liberdade. Por isso disse Santo Agostinho: «Ama e faz o que quiseres.» Tenhamos nós a força, a coragem e a alegria para, aqui e agora, tornarmos o amor presente no mundo dos mortos. Crês tu nisto?

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