Iansã, deusa da espada de fogo, Dona das paixões, Iansã é a Rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões, vendavais. Orixá do fogo, guerreira e poderosa. Mãe dos eguns, guia dos espíritos desencarnados, Senhora dos cemitérios.
Não é muito difícil depararmo-nos com a força da Natureza denominada Iansã (ou Oyá). Convivemos com ela, diariamente.
Iansã é o vento, a brisa que alivia o calor. Iansã é também o calor, a quentura, o abafamento. É o tremular dos panos, das árvores, dos cabelos. É a lava vulcânica destruidora. Ela é o fogo, o incêndio, a devastação pelas chamas.
Oyá é o raio, a beleza deste fenômeno natural. É o seu poder. É a eletricidade. Iansã está presente no ato simples de acendermos uma lâmpada ou uma vela. Ela é o choque elétrico, a energia que gera o funcionamento de rádios, televisões, máquinas e outros aparelhos. Iansã é a energia viva, pulsante, vibrante.
Não é muito difícil depararmo-nos com a força da Natureza denominada Iansã (ou Oyá). Convivemos com ela, diariamente.
Iansã é o vento, a brisa que alivia o calor. Iansã é também o calor, a quentura, o abafamento. É o tremular dos panos, das árvores, dos cabelos. É a lava vulcânica destruidora. Ela é o fogo, o incêndio, a devastação pelas chamas.
Oyá é o raio, a beleza deste fenômeno natural. É o seu poder. É a eletricidade. Iansã está presente no ato simples de acendermos uma lâmpada ou uma vela. Ela é o choque elétrico, a energia que gera o funcionamento de rádios, televisões, máquinas e outros aparelhos. Iansã é a energia viva, pulsante, vibrante.
Sentimos Iansã nos ventos fortes, nos deslocamentos dos objetos sem vida. Orixá da provocação e do ciúme.
Iansã também é a paixão. Paixão violenta, que corrói, que cria sentimentos de loucura, que cria desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax, o orgasmo do homem e da mulher. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase “estou apaixonado” tem a presença e a regência de Iansã, que é o Orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúmes doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão, propriamente dita.
Iansã é a disputa pelo ser amado. É a falta de medo das conseqüências de um ato impensado, no campo amoroso. É até mesmo a vontade de trair, de amar livremente. Iansã rege o amor forte, violento.
Oyá é também a senhora dos espíritos dos mortos, dos eguns, como se diz no Candomblé. É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma.
Iansã é a deusa dos cemitérios. Ela é a regente, juntamente com Omulu (ou Obaluaê), dos Campos Santos, pois comanda a falange dos eguns. Comanda também a falange dos Boiadeiros, encantados que são cultuados nas casas de Nação de Angola. Ela é sua rainha.
Como deus dos mortos, Iansã carrega consigo o eruxin, feito com rabo de cavalo, para impor respeito aos eguns, bem como a espada flamejante, que faz dela a guerreira do fogo.
É, sem dúvida, o Orixá mais popular e a mais querida no Candomblé.
Iansã é a disputa pelo ser amado. É a falta de medo das conseqüências de um ato impensado, no campo amoroso. É até mesmo a vontade de trair, de amar livremente. Iansã rege o amor forte, violento.
Oyá é também a senhora dos espíritos dos mortos, dos eguns, como se diz no Candomblé. É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma.
Iansã é a deusa dos cemitérios. Ela é a regente, juntamente com Omulu (ou Obaluaê), dos Campos Santos, pois comanda a falange dos eguns. Comanda também a falange dos Boiadeiros, encantados que são cultuados nas casas de Nação de Angola. Ela é sua rainha.
Como deus dos mortos, Iansã carrega consigo o eruxin, feito com rabo de cavalo, para impor respeito aos eguns, bem como a espada flamejante, que faz dela a guerreira do fogo.
É, sem dúvida, o Orixá mais popular e a mais querida no Candomblé.
Buena-dicha
(A boa sorte)
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MEDIUNIDADE- Qual você se identifica ?
Segunda a espiritualidade, a mediunidade é um programa de resgate a espíritos que antes da encarnação, recebem a missão de auto-resgate e regeneração de faltas passadas.
Vê-se logo que para um médiu
m é grave não tratar seu dom com o devido cuidado. Exercê-lo como forma de divertimento, ou a título de curiosidade. Todo o médium está programado para prestar serviços, sob a direção de um corpo de espíritos superiores, prestar serviços, auxiliar espíritos perturbados, reajustar desequilibrados, acalentar os aflitos, angustiados e propagar conhecimentos redentores. O exercício da Mediunidade, exige desprendimento e sentimento social. Todo o médium deve ter consciência que é um missionário para fazer o bem para os outros e não para si mesmo. Seus dons não são oriundos do seu desenvolvimento mas, para resgatar seus débitos (deformações energéticas do corpo causal). Um médium deve lutar para aperfeiçoar seus conhecimentos internos, sabendo e reconhecendo seu estado real. No contentamente de carregar um fardo, uma missão e encará-la como uma dádiva, já que estará aliviando o Carma (causa e efeito), mesmo sacrificando sua vida pessoal porém passageira aqui no plano físico. Raramente uma mediunidade desenvolve-se espontaneamente e sem tropeços. Na grande maioria dos casos ela começa com perturbações nervosas e mentais, próprias do estado inferior do encarnado e servem como advertência. Um médium atrai espíritos pela sua sintonia energética, geralmente são espíritos perturbados, sofredores. Por isso a necessidade de se desenvolver e desembaraçar-se deles por meio da evangelização.. Evolução para o Terceiro Milênio - Carlos Toledo Rizzini Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. 03.2.1 - ESPÉCIES DE MÉDIUNS: Os médiuns podem ser conscientes (facultativos, voluntários) ou inconscientes(involuntário Podem dividir-se os médiuns em duas grandes categorias: Médiuns de efeitos físicos: os que têm o poder de provocar efeitos materiais, ou manifestações ostensivas. Médiuns de efeitos intelectuais: os que são mais aptos a receber e a transmitir comunicações inteligentes. Espécies comuns a todos os gêneros de mediunidade: 03.2.1.1 - Médiuns sensitivos: pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos, por uma impressão geral ou local, vaga ou material. A maioria dessas pessoas distingue os Espíritos bons dos maus, pela natureza da impressão. "Os médiuns delicados e muito sensitivos devem abster-se das comunicações com os Espíritos violentos, ou cuja impressão é penosa, por causa da fadiga que daí resulta." 03.2.1.2 - Médiuns naturais ou inconscientes (Involuntários): os que produzem espontaneamente os fenômenos, sem intervenção da própria vontade e, as mais das vezes, à sua revelia. São os que exercem sua influência sem querer de forma involuntária, freqüentemente em adolescentes e crianças pequenas. 03.2.1.3 - Médiuns Facultativos ou Conscientes (voluntários): Tem consciência do seu poder e produzem efeitos espíritos pela própria ação da vontade. Os que têm o poder de provocar os fenômenos por ato consciente. Porém "Qualquer que seja essa vontade, eles nada podem, se os Espíritos se recusam, o que prova a intervenção de uma força estranha." - Não se manifesta a todos com o mesmo grau, mas são raros os médiuns com esse poder. Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. 03.2.1.4 -Médiuns sensitivos, ou impressionáveis: Chamam-se assim às pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos por uma impressão vaga, por uma espécie de leve roçadura sobre todos os seus membros, sensação que elas não podem explicar. Esta variedade não apresenta caráter bem definido. Todos os médiuns são necessariamente impressionáveis, sendo assim a impressionabilidade mais uma qualidade geral do que especial. É a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras. Difere da impressionabilidade puramente física e nervosa, com a qual preciso é não seja confundida, porquanto, pessoas há que não têm nervos delicados e que sentem mais ou menos o efeito da presença dos Espíritos, do mesmo modo que outras, muito irritáveis, absolutamente não os pressentem. 03.2.1.5 - Médiuns falantes: Os médiuns audientes, que apenas transmitem o que ouvem, não são, a bem dizer, médiuns falantes. Estes últimos, as mais das vezes, nada ouvem. Neles, o Espírito atua sobre os órgãos da palavra, como atua sobre a mão dos médiuns escreventes. Querendo comunicar-se, o Espírito se serve do órgão que se lhe depara mais flexível no médium. A um, toma da mão; a outro, da palavra; a um terceiro, do ouvido. O médium falante geralmente se exprime sem ter consciência do que diz e muitas vezes diz coisas completamente estranhas às suas idéias habituais, aos seus conhecimentos e, até, fora do alcance de sua inteligência. Embora se ache perfeitamente acordado e em estado normal, raramente guarda lembrança do que diz. Em suma, nele, a palavra é um instrumento de que se serve o Espírito, com o qual uma terceira pessoa pode comunicar-se, como pode com o auxilio de um médium audiente. Nem sempre, porém, é tão completa a passividade do médium falante. Alguns há que têm a intuição do que dizem, no momento mesmo em que pronunciam as palavras. Voltaremos a ocupar-nos com esta espécie de médiuns, quando tratarmos dos médiuns intuitivos. 03.2.1.6 - Médiuns videntes: 167. Os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Alguns gozam dessa faculdade em estado normal, quando perfeitamente acordados, e conservam lembrança precisa do que viram. Outros só a possuem em estado sonambúlico, ou próximo do sonambulismo. Raro é que esta faculdade se mostre permanente; quase sempre é efeito de uma crise passageira. Na categoria dos médiuns videntes se podem incluir todas as pessoas dotadas de dupla vista. A possibilidade de ver em sonho os Espíritos resulta, sem contestação, de uma espécie de mediunidade, mas não constitui, propriamente falando, o que se chama médium vidente. Explicamos esse fenômeno em o capítulo VI - Das manifestações visuais. O médium vidente julga ver com os olhos, como os que são dotados de dupla vista; mas, na realidade, é a alma quem vê e por isso é que eles tanto vêem com os olhos fechados, como com os olhos abertos; donde se conclui que um cego pode ver os Espíritos, do mesmo modo que qualquer outro que tem perfeita a vista. Sobre este último ponto caberia fazer-se interessante estudo, o de saber se a faculdade de que tratamos é mais freqüente nos cegos. Espíritos que na Terra foram cegos nos disseram que, quando vivos, tinham, pela alma, a percepção de certos objetos e que não se encontravam imersos em negra escuridão. 168. Cumpre distinguir as aparições acidentais e espontâneas da faculdade propriamente dita de ver os Espíritos. As primeiras são freqüentes, sobretudo no momento da morte das pessoas que aquele que vê amou ou conheceu e que o vêm prevenir de que já não são deste mundo. Há inúmeros exemplos de fatos deste gênero, sem falar das visões durante o sono. Doutras vezes, são, do mesmo modo, parentes, ou amigos que, conquanto mortos há mais ou menos tempo, aparecem, ou para avisar de um perigo, ou para dar um conselho, ou, ainda, para pedir um serviço. 03.2.1.7 - Médiuns sonambúlicos: 172. Pode considerar-se o sonambulismo uma variedade da faculdade mediúnica, ou, melhor, são duas ordens de fenômenos que freqüentemente se acham reunidos. O sonâmbulo age sob a influência do seu próprio Espírito; é sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos sentidos. O que ele externa tira-o de si mesmo; suas idéias são, em geral, mais justas do que no estado normal, seus conhecimentos mais dilatados, porque tem livre a alma. Numa palavra, ele vive antecipadamente a vida dos Espíritos. O médium, ao contrário, é instrumento de uma inteligência estranha; é passivo e o que diz não vem de si Em resumo, o sonâmbulo exprime o seu próprio pensamento, enquanto que o médium exprime o de outrem. Mas, o Espírito que se comunica com um médium comum também o pode fazer com um sonâmbulo; dá-se mesmo que, muitas vezes, o estado de emancipação da alma facilita essa comunicação. Muitos sonâmbulos vêem perfeitamente os Espíritos e os descrevem com tanta precisão, como os médiuns videntes. Podem confabular com eles e transmitirmos seus pensamentos. O que dizem, fora do âmbito de seus conhecimentos pessoais, lhes é com freqüência sugerido por outros Espíritos. Aqui está um exemplo notável, em que a dupla ação do Espírito do sonâmbulo e de outro Espírito se revela e de modo inequívoco. A lucidez sonambúlica é uma faculdade que se radica no organismo e que independe, em absoluto, da elevação, do adiantamento e mesmo do estado moral do indivíduo. Pode, pois, um sonâmbulo ser muito lúcido e ao mesmo tempo incapaz de resolver certas questões, desde que seu Espírito seja pouco adiantado. O que fala por si próprio pode, portanto, dizer coisas boas ou más, exatas ou falsas, demonstrar mais ou menos delicadeza e escrúpulo nos processos de que use, conforme o grau de elevação, ou de inferioridade do seu próprio Espírito. A assistência então de outro Espírito pode suprir-lhe as deficiências. Mas, um sonâmbulo, tanto como os médiuns, pode ser assistido por um Espírito mentiroso, leviano, ou mesmo mau. AI, sobretudo, é que as qualidades morais exercem grande influência, para atraírem os bons Espíritos. (Veja-se: O Livro dos Espíritos, "Sonambulismo", n. 425, e, aqui, adiante, o capítulo sobre a "Influência moral do médium".) 03.2.1.8 - Médiuns curadores: 175. Unicamente para não deixar de mencioná-la, falaremos aqui desta espécie de médiuns, porquanto o assunto exigiria desenvolvimento excessivo para os limites em que precisamos ater-nos. Sabemos, ao demais, que um de nossos amigos, médico, se propõe a tratá-lo em obra especial sobre a medicina intuitiva. Diremos apenas que este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo. Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel; porém, quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa. A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico; no caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso. Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo. A intervenção de uma potência oculta, que é o que constitui a mediunidade, se faz manifesta, em certas circunstâncias, sobretudo se considerarmos que a maioria das pessoas que podem, com razão, ser qualificadas de médiuns curadores recorre à prece, que é uma verdadeira evocação. (Veja-se atrás o n. 131.) 03.2.1.9 - Médiuns pneumatógrafos: 177. Dá-se este nome aos médiuns que têm aptidão para obter a escrita direta, o que não é possível a todos os médiuns escreventes. Esta faculdade, até agora, se mostra muito rara. Desenvolve-se, provavelmente, pelo exercício; mas, como dissemos, sua utilidade prática se limita a uma comprovação patente da intervenção de uma força oculta nas manifestações. Só a experiência é capaz de dar a ver a qualquer pessoa se a possui Pode-se, portanto, experimentar, como também se pode inquirir a respeito um Espírito protetor, pelos outros meios de comunicação. Conforme seja maior ou menor o poder do médium, obtêm-se simples traços, sinais, letras, palavras, frases e mesmo páginas inteiras. Basta de ordinário colocar uma folha de papel dobrada num lugar qualquer, ou indicado pelo Espírito, durante dez minutos, ou um quarto de hora, às vezes mais. A prece e o recolhimento são condições essenciais; é por isso que se pode considerar impossível a obtenção de coisa alguma, numa reunião de pessoas pouco sérias, ou não animadas de sentimentos de simpatia e benevolência. 03.2.1.10 - Pessoas elétricas: Nesta categoria parece, à primeira vista, se deviam incluir as pessoas dotadas de certa dose de eletricidade natural, verdadeiros torpedos (*) humanos, a produzirem, por simples contacto, todos os efeitos de atração e repulsão. Errado, porém, fora considerá-las médiuns, porquanto a mediunidade supõe a intervenção direta de um Espírito. Ora, no caso de que falamos, concludentes experiências hão provado que a eletricidade é o agente único desses fenômenos. Esta estranha faculdade, que quase se poderia considerar uma enfermidade, pode às vezes estar aliada à mediunidade, como é fácil de verificar-se na história do Espírito batedor de Bergzabern. Porém, as mais das vezes, de todo independe de qualquer faculdade mediúnica. Conforme já dissemos, a única prova da intervenção dos Espíritos é o caráter inteligente das manifestações. Desde que este caráter não exista, fundamento há para serem atribuídas a causas puramente físicas. A questão é saber se as pessoas elétricas estarão ou não mais aptas, do que quaisquer outras, a tornar-se médiuns de efeitos físicos. Cremos que sim, mas só a experiência poderia demonstrá-lo. Allan Kardec |
O morto de que venho falar é Lázaro de Betânia, irmão de Marta e de Maria, amigos muito próximos de Jesus de Nazaré. Dele se diz que morreu duas vezes, razão pela qual, mais do que qualquer outro, mereceria figurar neste lugar. Parece-me, porém, que a história é outra, maior razão ainda lhe dando, contudo, para aqui estar.
A história é conhecida de todos. Estando Lázaro gravemente doente, suas irmãs, Marta e Maria, mandaram dizer a Jesus: «Senhor, aquele que tu amas está enfermo.» Jesus, porém, ouvindo-o, disse: «A sua doença não é de morte, mas é para glória do Senhor.» E ficou ainda dois dias no lugar onde se encontrava, até que, por fim, foi ter com eles.
Os seus discípulos desaconselharam-no de fazer essa viagem, pois que ainda uns dias antes os judeus o tinham tentado apedrejar. Mas Jesus respondeu-lhes que nada deve temer aquele que percorre os caminhos que o seu pai, que está no céu, lhe mostra com a sua luz. E acrescentou: «Lázaro está morto. Mas nós vamos ter com ele.» E os discípulos puseram-se também a caminho, dizendo: «Vamos nós também, para morrermos com Jesus.»
Quando chegaram a Betânia, Lázaro estava já sepultado há quatro dias. Marta, ouvindo dizer que Jesus se aproximava, saiu a correr ao seu encontro e disse-lhe: «Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido! Mas também sei que, ainda agora, tudo quanto pedires a Deus te será concedido.» Jesus replicou-lhe: «Marta, teu irmão há-de ressuscitar.» Marta respondeu: «Eu sei que ele há-de ressuscitar na ressurreição do último dia.»
Disse-lhe então Jesus: «Eu sou a ressurreição e a vida: quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês tu nisto?» Marta, respondeu-lhe que sim e partiu para junto de Maria, dizendo-lhe que Jesus a chamara. Esta, levantando-se, foi apressadamente ter com ele, lançando-se aos seus pés e dizendo: «Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.»
Jesus, vendo Maria e os judeus que vinham com ela a chorar, comoveu-se profundamente e perturbou-se. Depois perguntou-lhe: «Onde o puseste?» E ao chegar junto do sepulcro onde Lázaro se encontrava, chorou também, de tal maneira que muitos judeus exclamaram: «Vede como o amava!»
Intimamente comovido, mandou então retirar a pedra que impedia o acesso ao sepulcro. Mas Marta disse-lhe: «Senhor, já cheira mal, pois já tem quase quatro dias.» Jesus respondeu-lhe: «Não te disse que, se cresses, verias a glória de Deus?» Retiraram, pois, a pedra, e Jesus, levantando os olhos ao céu, disse: «Pai, graças te dou por me teres ouvido.» E então bradou em alta voz: «Lázaro: sai cá para fora.» E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas e o rosto envolto num sudário. E disse Jesus: «Desligai-o e deixai-o ir.»
Os seus discípulos desaconselharam-no de fazer essa viagem, pois que ainda uns dias antes os judeus o tinham tentado apedrejar. Mas Jesus respondeu-lhes que nada deve temer aquele que percorre os caminhos que o seu pai, que está no céu, lhe mostra com a sua luz. E acrescentou: «Lázaro está morto. Mas nós vamos ter com ele.» E os discípulos puseram-se também a caminho, dizendo: «Vamos nós também, para morrermos com Jesus.»
Quando chegaram a Betânia, Lázaro estava já sepultado há quatro dias. Marta, ouvindo dizer que Jesus se aproximava, saiu a correr ao seu encontro e disse-lhe: «Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido! Mas também sei que, ainda agora, tudo quanto pedires a Deus te será concedido.» Jesus replicou-lhe: «Marta, teu irmão há-de ressuscitar.» Marta respondeu: «Eu sei que ele há-de ressuscitar na ressurreição do último dia.»
Disse-lhe então Jesus: «Eu sou a ressurreição e a vida: quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês tu nisto?» Marta, respondeu-lhe que sim e partiu para junto de Maria, dizendo-lhe que Jesus a chamara. Esta, levantando-se, foi apressadamente ter com ele, lançando-se aos seus pés e dizendo: «Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.»
Jesus, vendo Maria e os judeus que vinham com ela a chorar, comoveu-se profundamente e perturbou-se. Depois perguntou-lhe: «Onde o puseste?» E ao chegar junto do sepulcro onde Lázaro se encontrava, chorou também, de tal maneira que muitos judeus exclamaram: «Vede como o amava!»
Intimamente comovido, mandou então retirar a pedra que impedia o acesso ao sepulcro. Mas Marta disse-lhe: «Senhor, já cheira mal, pois já tem quase quatro dias.» Jesus respondeu-lhe: «Não te disse que, se cresses, verias a glória de Deus?» Retiraram, pois, a pedra, e Jesus, levantando os olhos ao céu, disse: «Pai, graças te dou por me teres ouvido.» E então bradou em alta voz: «Lázaro: sai cá para fora.» E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas e o rosto envolto num sudário. E disse Jesus: «Desligai-o e deixai-o ir.»
O melhor seria, talvez, deixar a história por aqui, pois que ela é suficientemente forte e bela para, mesmo vertida neste meu pequeno resumo, se manter perfeita. Perdoai-me, portanto, que aqui repare apenas num ou dois dos seus aspectos, esperando não a adulterar.
A verdade é que, como diz São Paulo, a fé dos homens é terrível, pois que a medida da sua esperança implica sempre a possibilidade de uma igual desgraça. Lázaro, nesse sentido, pode bem considerar-se como o mais desgraçado dos homens, pois que, de acordo com uma certa literalidade da história, que faremos bem em ter em conta, certamente morreu duas vezes. Contudo, em nenhum lado da Bíblia ouvimos falar da segunda morte de Lázaro, de tal maneira que me atrevo a dizer que o foco desta história é outro, nomeadamente o da sua segunda vida.
A vida humana, na verdade, apresenta-se-nos, em primeiro lugar, imperfeita e incompleta. A nossa existência acontece, de facto, numa vida misturada de morte: todos somos, tal como Lázaro, seres enfermos. Dir-me-ão que assim é com todos os seres que conhecemos. É bem verdade. Mas nós temos, para além deles, a consciência dessa imperfeição, a que corresponde, também em nós, o desejo da perfeição.
A nossa origem visível e material não esgota, com efeito, a sede que trazemos em nós. A experiência do amor, pelo contrário, convoca-nos para a origem íntima e inesgotável de um Deus que nos ama. E Deus mostra-se-nos perfeitamente no amor, o qual é uma vida sem morte: eis o maior mistério que, nesta vida, nos é dado experimentar. A ressurreição, de facto, não acontece no último dia, mas agora. O amor é sempre presença; o amor é sempre presente.
Seres enfermos, tal como Lázaro, vivemos, através da fé, a experiência radical de uma escolha existencial entre uma vida sem morte e uma morte sem vida. Quantas vezes, nas nossas vidas, fomos trazidos do desânimo para a força, do desespero para a coragem, da tristeza para a alegria? E em todas essas vezes não foram as nossas mãos e os nossos pés desatados, tal como a Lázaro, a quem Jesus disse: «Desligai-o e deixai-o ir»?
Escolhendo o amor, com efeito, escolhemos a liberdade. Por isso disse Santo Agostinho: «Ama e faz o que quiseres.» Tenhamos nós a força, a coragem e a alegria para, aqui e agora, tornarmos o amor presente no mundo dos mortos. Crês tu nisto?
A verdade é que, como diz São Paulo, a fé dos homens é terrível, pois que a medida da sua esperança implica sempre a possibilidade de uma igual desgraça. Lázaro, nesse sentido, pode bem considerar-se como o mais desgraçado dos homens, pois que, de acordo com uma certa literalidade da história, que faremos bem em ter em conta, certamente morreu duas vezes. Contudo, em nenhum lado da Bíblia ouvimos falar da segunda morte de Lázaro, de tal maneira que me atrevo a dizer que o foco desta história é outro, nomeadamente o da sua segunda vida.
A vida humana, na verdade, apresenta-se-nos, em primeiro lugar, imperfeita e incompleta. A nossa existência acontece, de facto, numa vida misturada de morte: todos somos, tal como Lázaro, seres enfermos. Dir-me-ão que assim é com todos os seres que conhecemos. É bem verdade. Mas nós temos, para além deles, a consciência dessa imperfeição, a que corresponde, também em nós, o desejo da perfeição.
A nossa origem visível e material não esgota, com efeito, a sede que trazemos em nós. A experiência do amor, pelo contrário, convoca-nos para a origem íntima e inesgotável de um Deus que nos ama. E Deus mostra-se-nos perfeitamente no amor, o qual é uma vida sem morte: eis o maior mistério que, nesta vida, nos é dado experimentar. A ressurreição, de facto, não acontece no último dia, mas agora. O amor é sempre presença; o amor é sempre presente.
Seres enfermos, tal como Lázaro, vivemos, através da fé, a experiência radical de uma escolha existencial entre uma vida sem morte e uma morte sem vida. Quantas vezes, nas nossas vidas, fomos trazidos do desânimo para a força, do desespero para a coragem, da tristeza para a alegria? E em todas essas vezes não foram as nossas mãos e os nossos pés desatados, tal como a Lázaro, a quem Jesus disse: «Desligai-o e deixai-o ir»?
Escolhendo o amor, com efeito, escolhemos a liberdade. Por isso disse Santo Agostinho: «Ama e faz o que quiseres.» Tenhamos nós a força, a coragem e a alegria para, aqui e agora, tornarmos o amor presente no mundo dos mortos. Crês tu nisto?
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